Algum tempo escrevi sobre a Medalha de São Bento, então após uma nova visita ao Mosteiro de São Bento resolvi falar um pouco sobre a história desse lindo templo da Igreja Católica no Rio de Janeiro.
Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro – Saiba porque você deve conhecer!
A igreja abacial de São Bento é um dos mais belos templos do Rio de Janeiro – se não o mais belo – e um dos principais monumentos do barroco brasileiro. Sua construção começou em 1633 e, embora a inaugurado em 1641, as obras duraram mais de cem anos. Sua fachada é muito simples, contrastando com a riqueza do interior.
Na construção e ornamentação da igreja no século XVII três monges merecem destaque: Frei Bernardo de São Bento Corrêa de Souza (arquiteto), Fre Domingos da Conceição da Silva (escultor) e Frei Ricardo do Pilar (pinto). Merece menção também o Mestre Inácio Ferreira Pinto, grande entalhador e escultor.
Compreende a igreja de São Bento especialmente uma nave central, no fundo da qual está a capela mor, integrada pelo atar-mor, o coro (local onde ficam os monges nas celebrações litúrgicas) e o trono em que, no último degrau, está a imagem de Nossa Senhora do Monserrate, padroeira do Mosteiro de São Bento.
À esquerda de quem olha para o altar-mor situa-se a Capela do Santíssimo Sacramento, em estilo rococó, e os altares de São Mauro, Nossa Senhora do Pilar e São Caetano.
À direita estão os altares de Nossa Senhora da Conceição, São Lourenço, Santa Gertrudes, São Brás. Junto à porta da entrada estão as “capelas falsas” da Beata Ida de Louvain (à direita de quem entra) e de Santa Francisca Romana (à esquerda).
Chamam atenção na igreja de São Bento diversos detalhes: o belo para-vento encimado pelo brasão da extinta Congregação Beneditina de Portugal e também agora da Congregação Beneditina do Brasil; os dois grandes lampadários de prata, que ladeiam o altar central, de autoria do famoso Mestre Valentim e concluídos em 1795; o órgão da cora (1773), no centro do coro superior; toda a belíssima talha do corpo da igreja, vendo-se aqui e ali muitos anjinhos e pássaros; os dois grandes anjos tocheiros na entrada da capela mor; as doze imagens na anve central, representando quatro Papas, quatro Bispos e quatro Reis, santos da Ordem Beneditina.
O batistério no atual local, no fundo da igreja, é recente (1977), mas a pia batismal é uma peça de granito do século XVIII, vinda de Minas Gerais. No seu interior está uma estátua de São Cristóvão, do século XVIII, além de três telas atribuídas a Frei Estevão do Loreto Joassar (século XVIII). Enfim, na capela-mor observa-se o belo piso de mármore e os 14 quadros de Frei Ricardo do Pilar, representando especialmente aparições de Nossa Senhora a santos beneditinos. Ao fundo, ladeando a Senhora de Monserrate estão as imagens de São Bento e de irmã Santa Escolástica. Todo este belo conjunto foi restaurado em 2006.
Do campanário, seis grandes sinos vindos da Alemanha (1953) convocam monges e fiéis para as celebrações litúrgicas; o maior deles é o “Cristo Rei”, pesando 5.750 quilos, na torre a direita.
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Mosteiro de São Bento: A vida monástica
A vida monástica beneditina é uma vida de procura de Deus, de acordo com a Regra de São Bento (480-547). Isto, em primeiro lugar, através da oração frequente: oração particular, lectio divina, oração comunitária, litúrgica, com a celebração bastante solenizada tanto da Missa como do Ofício Divino. Os monges levantam cedo e reúnem-se cinco vezes por dia (por vezes sete), para rezarem em comum, louvando a Deus e intercedendo pelos homens.
Uma particularidade da liturgia do Mosteiro do Rio de Janeiro é o cultivo do canto gregoriano, mantendo-se também parcialmente língua latina nas celebrações. A missa das 10h do domingo atrai sempre numerosas pessoas.
É conhecido o lema dos beneditinos: “Ora etlabora” “Reza e Trabalha”. A vida monástica é, pois, também vida de trabalho sério. O Mosteiro de São Bento possui um Colégio para meninos (fundado em 1858, a mais antiga escola particular da cidade); uma Faculdade, especialmente voltada para as aeras de Filosofia e Teologia; obra social, uma grande biblioteca, livraria e editora, hospedaria. Na portaria ou na igreja os monges sacerdotes ouvem confissões e dão atendimento espiritual, promovendo também retiros e palestras na Casa de Emaús. O Mosteiro de São Bento tem um grupo de oblatos e oblatas, na maior parte leigos que querem viver no mundo o espírito da Regra Beneditina. Enfim, levam os monges uma vida de afastamento do mundo, no silêncio e na simplicidade. O Mosteiro quer ser um oásis de paz no coração do Rio de Janeiro. Há nele todo um clima sacral, acentuado também pelo uso do hábito por parte dos monges.
Bem galera, se você gostou da história do Mosteiro de São Bento, não deixe de visitá-lo. Em especial os jovens católicos de outro estado que vem para JMJ RIO 2013.
Um grande abraço e que Deus abençoe!
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Carioca, nascido e criado no Rio de Janeiro, e Católico Apostólico Romano desde de sempre. Sou devoto de São Bento e ativo em movimentos da Igreja Católica desde a adolescência, fundei o site Jovens Católicos em 2016 com objetivo de mostrar tudo o que envolve as maravilhas da fé católica.
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