Sobre as revelações na Igreja Católica, o Catecismo da Igreja Católica:
- 66 – “A economia cristã, assim, por ser a nova e definitiva Aliança, nunca passará; e nenhuma nova pública revelação deve ser esperada antes da manifestação gloriosa do nosso Senhor Jesus Cristo”. Ainda, mesmo se a Revelação já está completa, não foi feita completamente explícita; resta à fé cristã compreender gradualmente o seu pleno significado ao longo dos séculos.
- 67 – Ao longo dos tempos, houve as assim chamadas revelações “privadas”, algumas das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igreja. Elas não pertencem, porém, ao depósito de fé. Não é seu papel melhorar ou completar a Revelação definitiva de Cristo, mas para ajudar a viver mais plenamente em determinado período da história. Guiado pelo Magistério da Igreja, o sensos fidelium sabe como discernir e acolher nestas revelações o que constitui um chamado autêntico de Cristo dos santos dele para Igreja. A fé cristã não pode aceitar “revelações” que clamam superar ou corrigir a Revelação da qual Cristo é o cumprimento, como é o caso em certas religiões não cristãs e também em certas seitas recentes que se baseiam em tais “revelações”.
Revelações na Igreja Católica
As revelações privadas, o tipo que Deus ainda oferece hoje, são fascinantes infinitamente. Mas onde se pode obter informação confiável sobre elas e como elas funcionam? São apresentadas as informações sobre revelações privadas, com base em fontes católicas confiáveis.
O termo privado é amplamente conhecido a ser confuso, e algumas fontes usam outros termos. O Concílio de Trento, por exemplo, usou o termo “revelação especial”.
Seja qual for o termo que alguém prefira, a ideia é distinguir estas revelações do corpo da revelação encontrado na Sagrada Escritura e Tradição.
Esta revelação é obrigatória para toda a Igreja ao longo de toda a sua história. É então por vezes chamada de revelação pública, porque é direcionada para todos na Igreja.
A revelação privada em contraste é direcionada para um público mais restrito.
E pode ser direcionada para uma única pessoa, um grupo de pessoas, ou até para a Igreja inteira em época particular, mas não é direcionada para toda Igreja ao longo da história.
Há Revelações Privadas na Bíblia?
Depende do significado. Ao menos hoje, tudo na Bíblia é parte da revelação pública. Porém, isso não era necessariamente o caso no começo.
Por exemplo, quando Jesus apareceu para São Paulo na estrada de Damasco, Atos 9, não foi uma revelação direcionada para a Igreja inteira na época.
Foi uma revelação dada para Paulo e em alguma extensão, foi também percebida por aqueles ao redor dele, Atos 22:9.
Como resultado, alguns autores classificam este tipo de experiência pessoal como uma revelação privada, mesmo embora seja encontrada na Bíblia.
O registro deste evento então se tornou parte da revelação pública quando São Lucas escreveu o livro de Atos.
Quem Pode Aparecer na Aparição?
Hipoteticamente, qualquer um. Deus poderia dar a uma pessoa uma visão de qualquer um que Ele escolha, mesmo as pessoas que não existem pessoalmente.
E quem mais comumente aparece em aparições? Na Bíblia e na história da Igreja, as figuras mais comuns são Deus, os anjos Dele, e os santos.
Na Bíblia, Deus aparece para os profetas do Antigo Testamento, como Moisés, Êxodo 33:18-34:7, Isaías 6:1, Ezequiel 1:1,26-28, e Daniel 7:9.
Autenticidade das Revelações na Igreja Católica
Se alguém recebe uma revelação genuína, isso quer dizer que cada detalhe que ele vê é autêntico? Não. Comentando sobre Santa Brígida, João Paulo II notou, “Mesmo as experiências dos grandes santos não são livres daquelas limitações que sempre acompanham a recepção humana da voz de Deus”.
Isso quer dizer que a própria consciência do profeta pode escorregar nos detalhes.
As Normas de CDF dizem que, embora uma revelação genuína não vai conter erro doutrinário, deve-se levar em conta “a possibilidade que o sujeito tenha acrescentado, mesmo inconscientemente, elementos puramente humanos ou algum erro da ordem natural para uma revelação sobrenatural autêntica”.
Bento XIV adiciona que “pode parecer que um santo possa pensar, a partir de opiniões pré-concebidas e a partir de ideias fixas na imaginação, que certas coisas são reveladas para ele por Deus, que ainda Deus não revela… Arrebatamentos podem estar acima da natureza, e na sua divina substância, mas em suas circunstâncias conformadas para ideias naturalmente recebidas, que Deus deixa no estado em que se encontram, uma vez que não era importante para o fim que Ele tinha em vista”.
Como exemplos, Bento menciona “revelações das mulheres santas em que Cristo apareceu pregado com 3 pregos na Cruz, por vezes com 4 e também aquelas em que São Jerônimo está de pé com um leão ou São Tiago aparece vestido de peregrino”.
Bento segue para sugerir que o real propósito de Deus em mostrar as visões para pessoas de Jesus sendo crucificado é para ajudá-las a amar Cristo e meditar no que Ele fez por elas, não para ensiná-las a precisar o número de pregos que foram usados, a imaginação do profeta fornecendo cada detalhe.
Similarmente, São Jerônimo é muitas vezes retratado na arte com um leão, e São Tiago é muitas vezes retratado na arte como um peregrino.
Bento diz que Jerônimo não tinha realmente um leão, e Tiago é retratado como peregrino porque as pessoas muitas vezes fazem peregrinações em honra dele na França.
Mas estas imagens são como as pessoas se acostumaram a visualizar estes santos, assim é como por vezes aparecem em visões.
Os fiéis então precisam ser cuidadosos em discernir as revelações da igreja católica privadas e atender ao ditado de São Paulo, 1 Tessalonicenses 5:19-21, “Não apaguem o Espírito. Não tratem com desprezo as profecias, mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom.”.
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Por que Isso Acontece na RCC – Renovação Carismática Católica?
Aqueles envolvidos na Renovação Carismática Católica começaram desde cedo a falar do movimento como um cumprimento da oração do Papa João XXIII para “novo Pentecoste”.
A oração dele, eles acreditavam, tinha sido respondida em um estilo direto e dramático; Deus de fato estava derramando o Espíritio Santo Dele “como em um novo Pentecostes”.
Houve orações antes assim como pioneiros do pentecostalismo clássico, implorando a Deus por reavivar entre o povo Dele.
Houve “revelações proféticas” que falaram sobre a renovação e propósito de Deus para isso.
São Paulo escreve sobre as reuniões de oração em 1 Coríntios 14:26, “Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.”.
A reunião acontece em atmosfera relaxada onde a alegria e amor de Deus é enfatizado, e onde todos são bem-vindos. Deus é louvado com entusiasmo.
A Palavra de Deus é ouvida, e ensinamento regular instrui e ajuda as pessoas a crescerem em sua vida no Espírito.
Foto de Josh Applegate na Unsplash
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