Significado de Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos, isso é mesmo possível, o que diz a igreja católica
Significado de Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos, isso é mesmo possível, o que diz a igreja católica

Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos.

Você tem pedido em suas orações “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos…“. Está na hora de ter mais atenção a segunda parte.

Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos… “Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para todos os que te invocam”. Sl. 86,5”

  • Cena 1: Você trabalha 9 horas por dia, 5 dias da semana, estuda à noite e quando está retornando prá casa um ladrão te aponta uma arma e leva todos os seu vale transporte, tickets restaurante, suas merrecas e seu telefone celular.
  • Cena 2: Você trabalha há quase 20 anos prá conseguir ter uma vida confortável, chega na sua casa, vê a porta arrombada, entra e percebe que entraram em sua casa e levaram seu computador, seu aparelho de DVD, dinheiro, seus cartões e bagunçaram tudo, invadindo muito mais que sua casa. Invadindo sua vida.
  • Cena 3: Seu filho, de 6 anos é feito refém num assalto e tem o corpo arrastado por quilômetros até que, depois de muito sofrimento, vem a falecer.

É inegável que após lermos qualquer uma das cenas acima, o primeiro sentimento que nos toma é o da raiva, ainda que não estejamos diretamente envolvidos no caso. Porém o que escrevo aqui, nesta coluna, são minhas experiências, minha vivência e como o fato de Ser Cristão pode influenciar diretamente e fortemente em minhas atitudes.

Ao estarmos ouvindo frequentemente no Jornal Nacional, os casos mais assoladores de violência que o nosso Brasil enfrenta, podemos nos penalizar momentaneamente. Mas, passados algumas horas, dias, aquilo é normalmente esquecido.A vivência dos fatos não. Ela nos faz permanecer com a dor mais forte dentro de nós. E a experiência da invasão, do sofrer a violência nos faz conhecer comportamentos nossos que podem ter ficado adormecidos e que jamais pensaríamos ter.

Descobrimo-nos humanos ao Perdoai as nossas ofensas e as do próximo.

E, o pior, descobrimos como é difícil viver a frase: “perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.”
Quando rezo o Pai-Nosso, digo a Deus que espero que Ele me perdoe na mesma intensidade com que perdoarei a todos os que me fizerem mal.

Então, imediatamente vem à minha mente como perdoar quem me fere? Como emanar sentimentos de amor àqueles que nos invadem a vida? Como ser misericordioso com aqueles que nos tiram a vida?
A vivência real da espiritualidade requer de nós muito mais que nossa humanidade tem condição de oferecer facilmente. Mas, quem disse que ser Cristão é viver em meio à facilidades?
E, é isso que nos faz estar próximos de Deus. Nossas fraquezas, nossos medos, nossa pobre humanidade faz com que precisemos da força e da inspiração da imensa misericórdia do Pai.

Somente o Cristo, Homem-Deus libertador, no momento de dor, de despojamento, de entrega de sua vida por amor, pôde dizer “Pai, perdoa-lhes. Eles não sabem o que fazem.”

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Como esquecer nossa dor, nossa perda e pedir ao Pai que ame aqueles a quem não consigo amar? Como pedir ao Pai que dedique mais amor àqueles a quem eu, humano, quero odiar?
Rezando. Comungando. Aceitando. E, percebendo que preciso perdoar para que eu, também, seja perdoado.

Só assim, o ciclo do grande milagre que é ter Deus como Pai se fecha. Só assim, poderei me ver na figura daquele filho que caminhava cabisbaixo e faminto, após ter-lhe negada a comida dos porcos. Aquele filho caminhava fraco não somente pela fome, mas pelo peso de seus pecados. Ele não podia caminhar mais rápido naquele retorno ao Pai.

Mas, o Pai ao lhe avistar ao longe corre em sua direção. É assim que a misericórdia de Deus se realiza.

O pecado caminha. A misericórdia corre! E ainda que, em meus pensamentos, seja difícil amar incondicionalmente, é o exercício desse amor que me fará conseguir.
Não o amor fácil que eu apresento aos meus amigos e àqueles que me amam também. Mas, o amor àqueles que me oferecem dor. O amor incondicional àqueles que pedem o mais forte de mim.

Não somos perfeitos. Estamos em busca disso. É uma busca incessante que se renova no sacrifício do Cristo repetido aos domingos, que se faz pão por aqueles que nem o conhecem, não O seguem e não O amam.

Foto de Gus Moretta na Unsplash

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Sobre Rodrigo de Sá

Carioca, nascido e criado no Rio de Janeiro. Católico Apostólico Romano desde sempre. Sou devoto de São Bento e ativo em movimentos da Igreja Católica desde a adolescência, fundei o site Jovens Católicos em 2016 com objetivo de mostrar tudo o que envolve as maravilhas da fé católica. Entre em Nossa Comunidade no Whatsapp Clicando Aqui!

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