O que é ter o dom de falar línguas estranhas segundo a igreja católica e a bíblia sagrada

Falar em línguas estranhas, veja o que é e como ter esse dom

Rodrigo de Sá Dúvidas sobre o Catolicismo Jovem católico, deixe seu comentário

O fenômeno de falar em línguas ou rezar em línguas está entre os dons carismáticos do Espírito Santo. Estes dons são referidos em 1 Coríntios 12:27-30. Enquanto não comuns em muitas igrejas católicas, os dons carismáticos são reconhecidos pela Igreja.

Falar em Línguas Estranhas – Igreja Católica

Conteúdo do Texto

A Igreja ensina que “a vida moral dos cristãos é sustentada pelo dom do Espírito Santo”, que “são disposições permanentes que fazem do homem dócil em seguir as sugestões do Espírito Santo”, catecismo, n 1830.

Os 7 dons são “sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus”. A Igreja ensina que estes pertencem em sua plenitude a Jesus Cristo, o Deus-homem. Para o resto dos fiéis, os dons “completam e aperfeiçoam as virtudes daqueles que os recebem. Tornam os fiéis dóceis em prontamente obedecer às inspirações divinas”, n 1831.

Em relação a estes dons tradicionais do batismo no Espírito Santo, eles sempre terão relevância na vida da Igreja, porque cada cristão os recebe, n 1266, 1303.

Em relação aos dons notados em 1 Coríntios 12:27-30, alguns são ofícios permanentes, como bispo, mestres, auxiliares e administradores. O que tem sido referido como dons carismáticos são, em ordem decrescente ou importância, profecia, operação de milagres, cura e falar em línguas e interpretar línguas, catecismo, n 798-801, 1508.

Renovação Carismática Católica

Através da Renovação Carismática Católica, a Igreja tem visto um interesse renovado nos dias modernos nestes dons carismáticos. Especificamente, os dons de falar e interpretar línguas se referem às pessoas falando e entendendo línguas que nunca estudaram. Isso ocorreu no dia de Pentecostes, Atos 2:5-12.

Em contraste, os líderes carismáticos descrevem rezar em línguas como um dom recebido pela maioria das pessoas abertas a isso e que envolve rezar em expressões ininteligíveis unidas.

Seu fundamento bíblico é menos sólido, desde que 1 Coríntios 14:14 descreve rezar em uma língua real ou estrangeira, embora não conhecida para a pessoa recebendo o dom, e porque Romanos 8:26, outra passagem comum citada para apoiar, é ambígua.

Ao contrário dos outros dons, rezar em línguas dessa maneira é difícil para ser autenticado nas Escrituras.

É certamente possível que Deus possa continuar a usar as pessoas como operadoras de milagre, curandeiros, profetas, e oradores e intérpretes de línguas.

O Papa São João Paulo II e USCCB, Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, expressaram seu apoio para Renovação Carismática Católica.

Em 1979, o Papa caracterizou a Renovação Carismática Católica como “um sinal da ação do Espírito… um componente muito importante na renovação total da Igreja”.

Em 1969, 2 anos após a Renovação começar, os bispos dos Estados Unidos “afirmaram os bons frutos da Renovação”. Em 1975, 1984, e 1997, os bispos dos Estados Unidos encorajaram os esforços da Renovação Carismática enquanto exortando colaboração próxima com autoridades da Igreja. Por exemplo, em 1997, os bispos “encorajaram aqueles na Renovação… a continuar na cooperação fiel com a missão e visão da igreja local em que eles servem”.

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Dons do Pentecostes

Em relação aos dons do Pentecostes ou do Espírito, a Igreja faz distinções apropriadas. No Catecismo, a Igreja diz “a graça é antes de tudo o dom do Espírito que nos justifica e santifica”, catecismo, n 2003.

O Catecismo segue para dizer que as graças são graças sacramentais, dons próprios dos Sacramentos, ou graças especiais também chamadas de carismas, que em grego se referem a “dons gratuitos”.

Estas são as graças que a Igreja chama de dons extraordinários de profecia, línguas ou outros, mas que estão sempre a serviço da graça sacramental e bem comum da Igreja. Estes dons estão a serviço da caridade, que São Paulo diz edificar a Igreja, Catecismo, n 79-801.

Todos devem falar em línguas ou profetizar? São Paulo diz que nem todos podem ser profetas ou professores, ou falar em línguas, mas todas as pessoas devem servir na caridade para o bem comum, com o dom particular que elas receberam, 1 Coríntios 12:31-13:1-13.

Esta diversidade entre os dons dados para comunidade também comunica que estes dons não têm que ser uniformes entre todos os fiéis para ser reconhecido como dons.

Os dons são dados para os fiéis para o Corpo de Cristo, a Igreja. Assim, o Espírito dá os dons segundo as necessidades do Corpo e segundo à função específica de uma parte do Corpo, que é, segundo as responsabilidades das pessoas na vida cristã.

Falar em Línguas para os Católicos

Se olhar para os dons carismáticos nesta luz, vê-se que o movimento do Espírito trabalha na Igreja segundo a vontade Dele e de acordo com a cooperação do fiel.

A Renovação Carismática em si não origina de uma necessidade para informar a Igreja Universal dos dons do Espírito Santo, e cooperação dela com eles, mas de uma necessidade entre os membros dela para melhor entender o que estes dons são.

Ao mesmo tempo, o movimento recorda a subordinação dos dons carismáticos para os dons dados através dos sacramentos, especificamente, os 7 dons do Espírito Santo, como expressos em Isaías 11:2-3, e dados para cada cristão no Batismo e vivificados na Confirmação, Catecismo, n 1266, 1303.

Falando em línguas e também rezando com as mãos levantadas têm bases bíblicas, por exemplo, falar em línguas é mencionado em 1 Coríntios 14:1-5, 1 Coríntios 12:10, e Atos 2; e levantar as mãos em louvor e adoração em Salmos 28:2, 63:4, 134:2, 141:2.

Ninguém deve se sentir compelido a buscar ou exibir um dom particular, ou estilo de oração, mas deve estar aberto ao Espírito Santo.

Foto de Diocese of Spokane na Unsplash