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Amizade entre homem e mulher existe? ❤️ O que diz a Igreja

Rodrigo de Sá Artigos Religiosos Cristãos Jovem católico, deixe seu comentário

E sabendo que Deus criou os seres humanos homens e mulheres, mas não criou homens e mulheres para se relacionarem um com outro exclusivamente romanticamente ou sexualmente, seria tolo pensar que Deus não criou homens e mulheres para serem amigos uns dos outros, e sim, mesmo amigos próximos ou melhores amigos, a amizade entre homem e mulher.

Sabendo que Deus é uma comunhão de pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo, eternamente participando de uma troca divina de amor, os católicos podem entender a amizade como um reflexo desta troca eterna.

Comunhão Espiritual – Amizade Entre Homem e Mulher

Conteúdo do Texto

A sugestão que homens e mulheres não podem ser amigos porque inevitavelmente acabarão se apaixonando um por outro deriva da ideia que o desejo sexual dos humanos pode ser tão intenso, que não importa o que, quando um homem e mulher passam quantidade de tempo longa, juntos, eles vão eventualmente desejar intimidade física.

Isso, porém, não explica a realidade que todos os seres humanos foram chamados para viver a virtude da castidade, que é a “integração bem-sucedida da sexualidade na pessoa e assim a unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual”, CCC 2337.

Castidade é muitas vezes mal interpretada como regras impostas aos casais em relacionamentos de namoro, mas, na realidade, é muito mais.

Castidade é o chamado para todos reconhecerem que não são governados por impulsos sexuais ou desejos, mas são seres humanos inteiros, integrados, razoáveis e espirituais.

Com isso em mente, o Catecismo também ensina que “a castidade se expressa notavelmente em amizade com o próximo. Se desenvolve entre pessoas do mesmo ou oposto sexo, amizade representa um grande bem para todos. Leva para comunhão espiritual”, CCC 2347.

Castidade não é expressada notavelmente em casais romanticamente envolvidos que permanecem castos; é expressada mais notavelmente na amizade.

É porque, novamente, Deus não esperava que todos os homens e mulheres estivessem em relacionamentos românticos um com o outro. Ele espera que homens e mulheres compartilhem em comunhão espiritual, que é o motivo de amizade entre homem e mulher poder ser muito boa.

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Virtude da Castidade

No entanto, aperfeiçoar a virtude da castidade e assim, entrar nesta comunhão espiritual não ocorre sem um esforço consciente.

Se estiver em uma amizade com alguém do sexo oposto, há práticas úteis e limites chaves que precisam existir para chegar na comunhão espiritual.

Rezar – Rezar individualmente para cultivar um relacionamento saudável com o Senhor, que vai equipar a viver a virtude e santidade em todas as relações. Adicionalmente, rezar um pelo outro, é a melhor maneira de ser um amigo para alguém.
Determinar limites de conversa – Ter conversas acerca de assuntos que podem não ser úteis para falar sobre, com o outro. Se compartilhar detalhes vulneráveis sem fim da própria vida com alguém, pode ser fácil começar a pensar que essa vulnerabilidade deve levar ao romance.
Determinar limites físicos e de tempo – Como determinando limites de diálogo saudável, deve ter limites no espaço e tempo que passa com o amigo. Não deve estar compartilhando quarto, abraços, ou passar tempo juntos até altas horas da manhã com um amigo, não porque estas coisas sejam ruins inerentemente, mas porque amizade é sobre uma comunhão que transcende todas estas coisas, e muitas destas atividades podem confundir realidades da amizade com sentimentos românticos.
Ser muito honesto – Honestidade consigo primeiro e com o outro. Se sentimentos começam a crescer, não esperar para falar sobre isso. Tratar a realidade com honestidade por se perguntar se acha que os sentimentos são reais ou se podem estar vindo de um lugar de confusão devido aos limites quebrados. Depois, conversar com o amigo sobre isso para identificar o que pode precisar fazer para proteger a comunhão espiritual que pode compartilhar como amigos.

Reino de Deus e Santos

Em última análise, a comunhão espiritual gerada pela amizade autêntica, entre amigos de qualquer sexo, não é sobre a amizade em si; é sobre o eterno Reino de Deus.

A comunhão espiritual que participa como amigos reflete a realidade de quem Deus é como amor, e quando vivida adequadamente, pode fazer manifestar o Reino de Deus na Terra.

Se ouvir que homens e mulheres não podem ser amigos, a dica é olhar para esta amizade com as lentes centradas do Reino.

Não apenas a amizade entre homem e mulher é possível, é realmente algo muito bom! Amizade não apenas ajuda as pessoas a crescerem em comunidade e santidade, mas também ajuda os católicos a se verem como pessoas, não como parceiros potenciais.

Papa Emérito Bento XVI disse em sua Audiência Geral em 2010, “De fato, quando 2 almas puras, inflamadas com o mesmo amor por Deus se encontram, elas encontram em sua amizade uma com outra um incentivo poderoso para avançar no caminho da perfeição. Amizade é um dos sentimentos mais nobres e elevados humanos que a Graça divina purifica e transfigura”.

Muitos santos eram amigos. Por exemplo, São Francisco e São Domingos lutaram juntos pela santidade. São Inácio de Loyola e São Francisco Xavier estiveram juntos em missão. Mas muitos Santos do sexo oposto eram amigos, também! Suas amizades provam que homens e mulheres podem ser amigos e crescerem profundamente em santidade juntos.

Papa São João Paulo II visitou Madre Teresa em Calcutá e eles se tornaram amigos próximos. Eles eram unidos pelo amor deles de Deus e próximo, e dedicação aos pobres.

Após isso, ela frequentemente apareceria ao lado dele no Vaticano ou eles se encontrariam em outros lugares pelo mundo.

Nela, Papa São João Paulo II via o que ele chamou de “o mistério da mulher”. Monsenhor Francesco Follo era o Observador Permanente da Santa Sé junto com UNESCO.

Ele trabalhou próximo com Missionários da Caridade na Itália e França. Em seu livro sobre João Paulo II, ele escreveu que a ligação dos 2 Santos era tão profunda que Madre Teresa representava a “dimensão feminina de João Paulo II”.

João Paulo II sabia tão bem o trabalho de Deus na amiga querida dele que ele a beatificou em 2003.

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