Traição não tem perdão? Traição por um amigo é um dos copos mais amargos já bebidos, a traição em qualquer tipo de relacionamento, de amizade, amoroso, na família.
No Evangelho de João, Jesus fala comovente na Última Ceia de um novo tipo de amizade: a amizade baseada não no ganho recíproco, mas em serviço mútuo;
Ele ajoelha diante dos discípulos e lava os pés deles, enxugando-os com uma toalha amarrada em volta Dele (João 13:3-5).
Essa é uma amizade baseada não no amparo por um superior a um inferior, mas em compaixão. Hoje, Cristo continua a chamar cada um para igual dignidade e amor.
“Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer”, João 15:15. Jesus diz aos discípulos Dele.
Este é o amor baseado na afinidade, bondade e lealdade. Um amor que sempre busca o bem do outro.
Mesmo nas relações mais próximas, é difícil viver o modelo de Cristo de amizade baseado em compaixão e amor mútuo. “Et tu, Brute?”, perguntou o moribundo César, traído por alguém que ele pensava que era seu amigo próximo.
Quem não ao menos uma vez perguntou isso para alguém amado? E quem não ao menos uma vez deu o beijo da traição?
Ao discutir um com outro, se caminha trajetos separados como se andasse em praias cheias de conchas quebradas, afiadas, e os pés ficam cheios de sangue. Traição não tem perdão? Não é como Cristo modela a amizade.
É a maneira de Judas. A maneira que alguém prefere 30 moedas de prata fáceis nas mãos, ao difícil e redentor trabalho de companheirismo. Em sua forma, é uma matança de si assim como Judas fez.
Traição e Amor ao Próximo ou traição não tem perdão
Traição não tem perdão? Jesus lembra a cada um para amar o próximo como a si. Quando se vira contra um amigo, então se vira contra philia, o amor fraternal, se comete um tipo de suicídio.
Quando os mortais dedicam uma parte do seu tempo finito no planeta para o bem do outro, seja qual o custo, se tornam algo sagrado. E ainda, com frequência, se afastam desta vocação sagrada.
Dito isso, há amizades que devem ser abandonadas pelo caminho. Algumas que uma vez foram curativas e nutriam a vida podem se tornar corrosivas, podem diminuir para menos do que de um fôlego de distância, podem diminuir suavemente na escuridão como maré que lava para o mar.
Há amizades que quebram não apenas o coração, mas também a alma, amizades que são destrutivas, co-dependentes, ou manipuladoras. Amizades que não são realmente amizades. Como discípulos, as pessoas precisam estar abertas para nuances da história da morte de Jesus.
A flagelação, os pregos, a coroa de espinhos, tudo tem muito drama. Mas talvez, o maior sofrimento que Ele suportou foi o abandono pelos amigos. Judas deu o beijo da morte.
Pedro fingiu não conhece-Lo, outros fugiram e se esconderam, um preferindo ser despido das roupas ao invés de permanecer ao lado de quem ele chamava de professor. Por fim, Jesus sentiu que até o Pai Dele havia O abandonado: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”, Mateus 27:45-46.
Vocação não é apenas como usa a mente e mãos ou como preenche as horas e dias. Então traição não tem perdão? É sobre a disposição do coração: vontade, em última análise, para perdoar os Judas da própria vida, e para perdoar as próprias traições para os que ama.
“Pedro, você me ama?” Jesus pergunta ao melhor amigo Dele tão falível em João 21. E Pedro levou o resto de sua vida para responder esta questão.
Resposta Sagrada para Um Coração Partido – 4 Considerações para Lidar com a Traição
A dor da traição é uma luta muito real para tantas pessoas. Para alguns dos irmãos não católicos, talvez a resposta fácil de ser machucado por alguém amado ou mesmo um cônjuge seja ódio ou pensamentos de vingança.
Traição não tem perdão? Mas, como se as circunstâncias de ser traído de tal maneira não fosse difícil suficiente, Cristo chama os católicos para algo ainda mais desafiador, o perdão.
Como se pode perdoar alguém que trouxe uma miséria que não sabia existir? Especialmente quando, em meio a dor, mesmo um pouco de cura parece longe? Sem mencionar o tipo de cura que pareceria necessária para levar a um ponto onde pudesse perdoar.
Não é obviamente um problema fácil para lidar, e como muitas demandas de ser católico, pode parecer até impossível.
Então são apresentadas aqui 4 considerações para ajudar a começar nessa tarefa que parece impossível de uma resposta sagrada para um coração partido, opondo a ideia de que traição não tem perdão.
Não Ter Medo do Sofrimento ou traição não tem perdão
Quando alguém querido machuca, parte, trai, ou decepciona completamente as expectativas legítimas de alguma forma, é muito natural sofrer.
Pode sentir descrença, raiva, ou tristeza. E é importante perceber que tudo bem com estes sentimentos.
O fato é que está com dor por causa do que desejava, uma relação saudável, normal e de amor, era algo bom.
Provavelmente tinha expectativas legítimas que a relação seria duradoura e plena. Se era um casamento, devia ter sido até a morte.
Então quando sentir-se desapontado com resultado completamente oposto, é mais do que natural que sofra pela perda de algo bom e desejável.
Evitar os sentimentos ou fingir que não sente nada não vai ajudar no longo prazo. É muito melhor abraçar a dor, saber que é real, e dar a si permissão para senti-la.
Ter Consciência do Próprio Esforço para Começar o Processo de Cura
A dor da traição e processo de luto, sofrimento, pode fazer sentir letargia, e pode ficar intimidado com a tarefa de encontrar uma forma de seguir em frente.
E enquanto seja importante deixar-se sofrer, é também importante que tome passos intencionais para cura.
O que isso parece concretamente? Pode tomar muitas formas, incluindo conversar sobre o assunto com amigos de confiança, ou membros da família, talvez com um padre ou religioso, ou mesmo com um conselheiro se precisar.
Além disso, pode também ser muito útil reservar um tempo “para si”. Reservar um tempo para si em algo agradável é útil para todos, mas especialmente quando tentando superar uma traição.
Quando outros machucam, muitas vezes a sensação é de falta de amor e falta de valor. E desistir para estes sentimentos pode levar a uma grave espiral e dificultar muito para voltar para o caminho da cura.
Então, mesmo que não sinta, estabelecer com propósito algo para fazer e se sentir valioso e amável. Talvez seja sair com amigos, fazer uma massagem, passear, algo que ama. Cuidar de si e desabafar são importantes em relação a sentir normalidade.
Traição não tem perdão ou Perdão Após Traição
É importante fazer uma distinção do perdão ao falar de traição. Porque muitas vezes, se assume que perdoar alguém significa fingir que nada aconteceu e que tudo está bem, e isso não é realístico e nem saudável.
Há diferentes tipos de perdão. Há o perdão psicológico, se pode mais ou menos esquecer o que aconteceu de doloroso. É um tipo difícil de atingir e por vezes não totalmente possível. Em muitos casos, não seria saudável tentar isso.
Mas então há o perdão espiritual. Este é mais importante e muito mais simples de descobrir, apenas rezar pela pessoa que causou decepção.
Se pode sinceramente pedir a Deus para abençoar a pessoa, mesmo apenas pedindo a Deus para ajudar a pessoa a melhorar, então significa que não odeia ela e não deseja mal. Trata-se do perdão espiritual.
O perdão espiritual pode ainda levar algum sério esforço, quando foi machucado profundamente. Mas saber que se está se esforçando para perdoar, que não é pedido para que esqueça tudo também.
Meditar na Traição de Cristo
Quando tudo parece sombrio e difícil, tentar se lembrar que Cristo caminhou o mesmo caminho. Os amigos mais próximos Dele, O deixaram para morrer e O traíram profundamente.
Então, tentar passar um tempo em Adoração, lendo as Escrituras, ou falando para Ele sobre a própria dor.
A Quaresma, em particular, é um bom momento para meditar a Paixão e Morte de Cristo. Trazer para mente as palavras Dele na cruz, “Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”, e pedir a Ele pela graça para perdoar como Ele fez.
Pedir a Ele por graça e força para seguir em frente, de forma saudável e santa.
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São Pedro para Momentos de Sofrimento da Traição
Há momentos em que se vivencia abandono e dor de ser traído. Aqui está São Pedro para recorrer nestes momentos de traição.
Este santo ensina exatamente o que Cristo ensinou quando Ele foi traído, ou seja, buscar amor, perdão e misericórdia durante fases de dor extrema.
São Pedro era o líder dos discípulos, o primeiro Papa da Igreja, e um homem incrível que morreu com humildade completa, crucificado de cabeça para baixo.
Mesmo em meio a todas estas coisas, Pedro negou Jesus quando Ele mais precisava dele.
Ele negou Cristo 3 vezes. A negação de Pedro é parte integral da narrativa da Paixão. E egoísmo pode ser visto como uma parte integral da natureza humana.
No entanto, esse egoísmo e capacidade de trair outros não define um indivíduo.
É importante lembrar de São Pedro ao ser traído, lembrar que aqueles que traíram são humanos, e que sua traição não define o que são.
Como se vê no exemplo de São Pedro, cada um tem a capacidade de trair ou negar outra pessoa, mas também tem a capacidade de realizar grandes coisas para Cristo.
Jesus perdoou Pedro e deu a ele a oportunidade de mostrar o amor por Jesus 3 vezes, em oposição direta para as 3 vezes que Pedro O negou.
A proclamação de amor de Pedro o libertou de seu sofrimento e permitiu fazer muitas grandes coisas para Jesus.
É importante reconhecer que o fiel deve ser Cristo para os que traíram esse fiel. Deve desejar perdoar, e querer ser vulnerável suficiente para os que traíram.
Deve desejar dar a eles a oportunidade de mostrar seu amor, para tantas vezes que eles causaram sofrimento ou traíram.
São Pedro ensine-me a ter compaixão e misericórdia para os que me machucaram. Ajude-me a ser como Cristo foi para ti, sempre disposto a dar uma segunda chance para meus traidores. Dê-me força e coragem para perdoar, e reconhecer o potencial para o bem em cada um. Ajude-me a fazer grandes coisas para Cristo, para dar a maior glória para Deus.
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