Videogame representa grande indústria do entretenimento no planeta, o valor do mercado de game nos Estados Unidos, por exemplo, é de 85 bilhões de dólares. Há mais de um bilhão de jogadores registrados globalmente, cada um gasta várias horas a cada ano para jogar videogame.
A maioria destes jogadores tem menos de 45 anos de idade, 75% dos lares americanos têm ao menos um jogador de videogame, por exemplo, sem contar os que jogam CandyCrush ou pôquer no celular.
Enquanto há uma postura afirmativa católica para os jogos como um todo, sabe-se que apenas como com filmes e livros, nem todo jogo é um moralmente bom para jogar.
O meio, assim como filmes, não é o inimigo, mas não significa que cristãos não devam estar discernindo em que jogam e o tempo gasto.
Algumas das maiores preocupações que as pessoas têm em relação aos videogames são: as associações potenciais entre jogo e violência, a quantidade de tempo gasta para jogar videogame, e a incapacidade de distinguir realidade da realidade virtual.
Para abordar todas estas preocupações, fica além do escopo dessa discussão, mas é possível dizer que há muita pesquisa para indicar que não há associação significativa entre jogar videogame e violência do mundo real.
Vício em Jogar Videogame
O vício em videogame, porém, é de fato um fenômeno crescente, especialmente porque neurologistas e designers de máquina de aposta continuam a ser empregados pelas empresas de jogo novo para intencionalmente fazer dos seus jogos “livres para jogar” (mas demanda dinheiro do mundo real para avançar), tão viciantes quanto possível.
Se não houver controle sobre jogar e o jogo controlar as pessoas, há um problema. Cada um é chamado para crescer no autocontrole, ser atento para onde as prioridades estão, como o trabalho, casamento, filhos e mais, e lembrar-se que Deus é para ser adorado no centro da vida dos fiéis antes de tudo mais.
O Beato Carlo Acutis, o jovem italiano de 15 anos que morreu de leucemia e poderia ser o primeiro santo millennial, é destaque aqui.
Em sua curta vida, ele mostrou um amor de amizade e família, gostava de videogames e web design, e devoção absoluta para Nosso Senhor na Eucaristia.
Ele demonstrou a autodisciplina para não deixar o jogo se tornar um ídolo, mas como um componente de lazer, e permitiu que seu amor para Deus a dirigir todas as outras atividades.
Criou um website, que documentava os milagres eucarísticos ao redor do mundo.
Jogar não vai a lugar algum, e se os fiéis desejam seriamente evangelizar na cultura, devem levar a sério o mundo do videogame e ser portador de Cristo neste espaço.
Não deve ter medo, como Papa Bento XVI falou, de “evangelizar o continente digital!”.
Visão da Igreja Católica sobre Jogar Videogame
Alguns afirmam que jogadores exercem um efeito psicológico mais profundo do que um meio passivo como filme ou televisão, porque o jogador toma um papel ativo na violência em mãos.
Aqueles que discordam, apontam que, apesar de estudo após estudo, nenhuma associação tangível foi já estabelecida entre videogames sanguinários e violência da vida real.
Na realidade, foi discutido que apenas o oposto é verdadeiro, que “jogar” a violência realmente oferece uma saída para impulsos destrutivos que poderiam, de outra forma, ser praticados na realidade.
Certamente, videogames em si não matam, dado que milhões que os jogam, não terminam matando crianças, ou prejudicando alguém, aliás. Ainda, parece muito provável que jogar constantemente Doom, ou CallofDuty, pode trazer tendências anteriores latentes à tona.
Como os jogadores de fé devem ver esta questão? O ensinamento da Igreja sempre enfatizou a natureza pessoal do pecado. Enquanto fatores coletivos ou tendências sociais possam contribuir para moldar os valores equivocados, cada ofensa contra Deus é antes de tudo o ato escolhido de um indivíduo.
Para dizer que videogames violentos podem ter efeitos negativos sobre a personalidade do jogador não é dizer que todos os jogadores vão ser sociopatas violentos.
Ainda, o entretenimento interativo pode afetar o comportamento do mundo real para uma extensão maior ou menor, a depender da personalidade da pessoa.
Para olhar no que pode ser uma situação análoga, uma conexão entre pornografia e estupro foi indicada a existir. Nem todos que se envolvem com imagens pornográficas se tornam um estuprador, é claro.
Mas, dadas as consequências do pecado original, o fardo da concupiscência que todos os seres humanos carregam, os efeitos danosos do material obsceno podem afetar pessoas equilibradas de maneiras muito mais sutis.
Tais repercussões podem variar desde um vício que faz com que as responsabilidades sejam deixadas de lado, para uma incapacidade de formar relacionamentos ou uma disposição para desrespeitar votos conjugais. O dano causado por jogos cheios de caos pode ser igualmente insidioso.
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Jogar Videogame Não É Inerentemente Pecaminoso
Há, obviamente, uma diferença qualitativa entre as 2 atividades; ao contrário do uso de pornografia, jogar videogames não é inerentemente pecaminoso. Mas jogadores com mentalidade moral devem avaliar o tipo de influência a que podem estar sujeitos a partir dos jogos que escolhem jogar.
Alguns inflamarão emoções negativas ou terão um efeito dessensibilizante, tornando o jogador insensível à violência real? Talvez outra comparação útil pode ser feita com a arte do cinema.
Há toda diferença no mundo, afinal, entre os filmes chamados de “torture porn” e filmes que necessariamente incluem violência como parte da história que contam; O Resgate do Soldado Ryan de Steven Spielberg, por exemplo.
Um abismo semelhante separa os jogos que convidam jogadores a aproveitar oportunidades de derramamento de sangue, o Hitman: Absolution lançado seria um caso em questão, e aqueles em que violência é meramente incidental.
É importante que jogadores saudáveis recuem e perguntem o que os jogos que executam estão fazendo com suas mentes e por extensão, com seus corações e almas.
Padre Edson Ribeiro É Gamer e Concilia Apreciação por Jogos com a Igreja, Atraindo Atenção da Juventude
O Padre Edson Ribeiro, em seus momentos de folga, coloca a batina de lado e então se dedica ao videogame.
Ele é grande apaixonado pelo universo do videogame desde quando criança, o Padre de Ubá, Minas Gerais, aproveita ainda tais momentos descontraídos à evangelização e ficar próximo da juventude.
O Padre fala que desde a infância sempre gostou com seus irmãos e amigos de jogar videogame. Nos anos 90, ele residia ainda em Palma, zona da Mata mineira, e gostava muito do universo que existia dentro das telas. Ele jogava em casa e nas locadoras, com console de Master System e da Nintendo.
Foto de Glenn Carstens-Peters na Unsplash
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