Você já ouviu frases como: “Bater na madeira três vezes”, “Passar debaixo da escada dá azar”, “Não pode abrir guarda-chuva dentro de casa” ou “sexta-feira 13 é dia de má sorte”? Esses são exemplos clássicos de superstições que, muitas vezes, são repetidas até mesmo por pessoas de fé. Mas afinal, o que é superstição? Um católico pode acreditar nisso? É pecado? O que dizem a Bíblia e o Catecismo da Igreja Católica?
Neste artigo, vamos responder a todas essas perguntas com base sólida na doutrina católica, de forma clara, acessível e com linguagem leve, especialmente pensada para os jovens e adultos que querem viver a fé com verdade e maturidade espiritual.

O que são superstições?
Superstição é a crença errada de que certos atos, objetos ou rituais podem influenciar o destino, o futuro ou trazer sorte/azar, independentemente da vontade de Deus.
Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC), no parágrafo 2111:
“A superstição é um desvio do culto que rendemos ao verdadeiro Deus. Manifesta-se também na idolatria, bem como na atribuição de uma importância mágica a certas práticas, mesmo legítimas em si, como seja o uso de sacramentais, ou o sinal da cruz.”
Em resumo, a superstição coloca o poder em coisas, gestos ou rituais, e não em Deus, e isso é um erro grave para quem quer viver na Verdade.
Exemplos de superstições comuns (e perigosas)
Algumas práticas supersticiosas ainda são amplamente difundidas até hoje. Veja exemplos que não combinam com a fé católica:
- Acreditar que um trevo de quatro folhas traz sorte;
- Usar patuás, fitinhas ou amuletos “para proteger do mal”;
- Evitar passar debaixo da escada para não ter azar;
- Achar que quebrar um espelho traz sete anos de azar;
- Fazer simpatias para conseguir amor ou dinheiro;
- Jogar sal atrás das costas para espantar o azar;
- Usar incensos, cristais ou pirâmides com poderes místicos;
- Seguir horóscopo, signos e astrologia para guiar a vida.
Mesmo parecendo inofensivos, esses hábitos negam a confiança em Deus e abrem espaço para erros espirituais sérios.
Ter superstições é pecado para Igreja Católica?
Sim. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, a superstição é pecado contra o primeiro mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas”.
No parágrafo 2110 do CIC, lemos:
“O primeiro mandamento proíbe honrar a outros deuses além do único Senhor que Se revelou ao seu povo. Proíbe a superstição e a irreligião. A superstição é uma perversão do culto que rendemos ao verdadeiro Deus.”
A superstição é, portanto, um pecado porque fere a confiança, a fé e a adoração devida somente a Deus.
O que a Bíblia Sagrada diz sobre a superstição?
Embora a palavra “superstição” não apareça literalmente na Bíblia, os princípios que a condenam estão por toda parte. A Palavra de Deus é clara sobre não confiar em ídolos, objetos ou práticas mágicas:
? Deuteronômio 18,10-12:
“Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem quem se dê à adivinhação, ou seja prognosticador, ou agoureiro, ou feiticeiro, nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos. Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor.”
? Levítico 19,26:
“Não pratiqueis adivinhações nem feitiçarias.”
? Salmo 115,4-8:
“Seus ídolos são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos, mas não veem […] Torne-se como eles quem os fabrica e todos os que neles confiam.”
? Isaías 44,9-20:
Isaías ironiza os que esculpem ídolos de madeira e adoram o que eles mesmos criaram, mostrando o absurdo de confiar em obras humanas em vez do Criador.
Portanto, confiar em superstições é rejeitar a confiança total em Deus, o que a Bíblia condena fortemente.
Superstição e fé católica: incompatíveis
O catolicismo verdadeiro é radicalmente monoteísta e teocêntrico: só Deus é Senhor do tempo, da vida, do futuro e da história. A superstição, ao contrário, tenta manipular o sagrado ou buscar poder fora de Deus. Isso é exatamente o oposto da fé cristã.
? Efésios 6,10-11:
“Fortalecei-vos no Senhor e no poder da sua força. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do diabo.”
A verdadeira proteção e bênção vem de oração, sacramentos, vida reta e fé em Jesus Cristo, não de fitinhas, signos, incensos ou trevos.
E os sacramentais da Igreja? São superstições?
Não! Mas atenção: usar sacramentais com mentalidade supersticiosa transforma um bem espiritual em abuso.
? Os sacramentais (como medalhas, água benta, crucifixos e escapulários) não têm “poder mágico” por si mesmos. Eles são sinais que ajudam a lembrar de Deus e preparam o coração para receber graças.
O problema está quando a pessoa usa um escapulário achando que ele “automaticamente” vai livrar do inferno, mesmo vivendo no pecado, ou carrega uma medalhinha como se fosse “amuleto da sorte”. Isso é superstição disfarçada de devoção.
? Mateus 9,22:
“Tua fé te salvou”, disse Jesus à mulher que tocou seu manto. Não foi o manto em si, mas a fé nela que atraiu a graça.
Superstição, idolatria e ocultismo: irmãos de erro
A superstição muitas vezes abre portas para práticas mais graves ainda, como:
- Astrologia;
- Consulta a médiuns ou espíritos;
- Uso de tarô e oráculos;
- Rituais esotéricos;
- Magia branca ou negra;
- Sincretismo com religiões não cristãs.
Todas essas práticas negam o senhorio de Cristo e desviam a alma do caminho da salvação.
? 1 Coríntios 10,20:
“Mas digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus; e eu não quero que sejais participantes com os demônios.”
Como abandonar a superstição e crescer na fé?
Se você tem ou já teve práticas supersticiosas, não se desespere! Deus é misericordioso e nos chama à conversão.
1. Confesse-se
Reconheça, arrependa-se e procure um sacerdote. A confissão apaga esse pecado e te devolve a graça santificante.
2. Jogue fora os objetos supersticiosos
Cristais, imagens sem sentido, livros de astrologia, tarôs, fitas do “Senhor do Bonfim”, etc. Devem ser descartados. Alguns padres recomendam até queimá-los.
3. Estude o Catecismo e a Bíblia
A ignorância da fé é terreno fértil para a superstição. Invista em formação!
4. Ore pedindo discernimento
? Tiago 1,5:
“Se alguém de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente.”
O que os santos e a Igreja dizem?
?️ Santo Agostinho:
“A superstição é o culto indevido prestado ao que não é Deus.”
?️ São Tomás de Aquino:
“A superstição é um excesso de religião, pois honra indevidamente o que não é digno de culto.”
?️ Papa Francisco:
“A fé não é uma superstição mágica. É um relacionamento com o Deus vivo, verdadeiro e que nos ama.”
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Conclusão: Ter superstições não é coisa de católico
A superstição é uma ilusão que nos afasta de Deus e nos coloca nas mãos do medo, da insegurança e do erro espiritual. Não combina com a confiança plena em Jesus Cristo.
Como católicos, somos chamados a viver na verdade, na fé e na liberdade dos filhos de Deus. Isso significa renunciar às práticas supersticiosas e mergulhar na oração, na Palavra, na Eucaristia e na confiança na Providência Divina.
? Em vez de bater na madeira, faça o sinal da cruz.
? Em vez de confiar no horóscopo, medite a Palavra de Deus.
? Em vez de usar um trevo, traga o crucifixo ao peito com fé e amor.
Que o Espírito Santo nos dê discernimento para viver a autêntica fé católica, sem mistura, sem engano e com o coração inteiramente entregue ao Senhor!
Foto: http://www.freepik.com/
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