Constelação familiar é pecado, farsa, o que diz a igreja católica

Desenvolvida pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, a Terapia de Constelação Familiar é uma modalidade de terapia de grupo conduzida por um terapeuta ou facilitador com formação especial na técnica.

Nesta terapia, a pessoa participando ou recebendo a terapia seleciona outros membros do grupo para servir como substitutos de seus familiares reais. Estas pessoas são dispostas em círculo, chamado de constelação familiar. Os substitutos escutam sobre a história da família ou a questão que preocupa a pessoa recebendo a terapia.

Então os substitutos são pedidos a descrever como se sentem ou qualquer coisa que pensam em relação à conexão entre os membros da família que estão retratando e a pessoa recebendo a terapia. Este processo frequentemente leva a um maior senso de compreensão e empatia, segundo a prática.

Como Foi Criada?

Constelação Familiar ou Familienstellen foi fundada nos anos 1990 por Bert Hellinger, que nasceu Anton Hellinger na Alemanha nazista em 1925.

Pela vida toda dele, que terminou em 2019, Hellinger caminhou vários caminhos, de exercer a profissão de padre na Igreja Católica, até se imergir na psicoterapia, práticas meditativas e espirituais, e trabalho didático educacional durante um período de 16 anos como missionário na zona rural de KwaZulu-Natal nas décadas de 1970 e 1980.

O tempo de Hellinger em KwaZulu-Natal é considerado um importante informante das Constelações Familiares já que ele foi influenciado pela vida nas comunidades rurais locais e entre elas.

Conforme ele observava as tradições orais, ele ficou impressionado com os impactos transgeracionais como respeito pela hierarquia familiar e ancestrais, e a dignidade dos mais velhos na cultura, que mais tarde formaria grande parte do processo de constelação familiar.

A psicóloga clínica e facilitadora de constelação familiar, Jackeline Plank explica: “Hellinger entrou com lente perceptual diferente que é um acúmulo híbrido de 5 artérias de conhecimento. Em psicologia, ele escolheu a terapia dramática e terapia gestalt. A partir da Igreja Católica, ele escolheu a dedo várias regras bíblicas e temas, do contexto educacional rural ele escolheu o que aprendeu sobre estruturas de família e hierarquia; mas a genialidade foi que ele se permitiu a polinização cruzada de maneiras que a maioria das pessoas não fazia naquela época”.

O “acúmulo híbrido de conhecimento” de Hellinger pode ter sido revolucionário, se não confuso e por vezes desconcertante. Quando Hellinger retornou para Alemanha nos anos 1990, ele deixou a Igreja e se imergiu na formação em psicoterapia e desenvolveu sua ideia de Constelações Familiares como agente de “alívio” ou de “cura”, que gradualmente começou a ganhar força como um movimento na psicoterapia.

À medida que o movimento das Constelações Familiares ganhou força, o mesmo acontecia com as críticas para Hellinger, como quando, em uma palestra na Noruega, em 2007, ele articulou algumas opiniões questionáveis que beiravam a misoginia, anti-semitismo e homofobia.

Na dissertação dela, Liz Jelinek relatou que Hellinger tinha dedicado um poema para Hitler em que ele escrevia que, “Hitler não foi melhor ou pior do que qualquer homem”.

Sobre isso, Tanja Meyburgh, uma psicóloga de aconselhamento, formadora e supervisora de Constelações Familiares e Sistêmicas, explica, “Hellinger diz que nós precisamos ser capazes de ter compaixão pelo perpetrador e vítima se nós vamos ajudar ambos… O trabalho foi desenvolvido pós-guerra para ajudar a segunda geração da Alemanha pós-guerra, assim ele trabalhou muito com descendentes dos perpetradores. Então, o que as pessoas acham que ele está dizendo é que não têm responsabilidade individual, mas têm responsabilidade individual, porém, Hellinger diz que Hitler não operava por si, ele era parte de um movimento sistêmico muito maior que estava acontecendo…”.

“Hellinger tinha muito tempo para pensar sobre o bem e mal e no final ele disse que o bem e mal são construção bastante complicada porque as pessoas podem fazer coisas muito ruins com uma boa consciência e pessoas podem fazer coisas boas e se sentirem muito culpadas sobre isso”.

A obra e prática da constelação familiar continuaram a desenvolver e rapidamente se espalharam da Alemanha onde começou para Estados Unidos, América do Sul, Ásia e Austrália e alcançou as costas sul-africanas em 2002, quando UrsulaFranke-Bryson, uma médica em Constelações Sistêmicas e autora de In MyMind’sEye – Family Constellation in Individual TherapyandConsultation, apresentou um workshop para um grupo de psicólogos na Cidade do Cabo.

Qual a Opinião da Igreja Católica?

Esta é uma forma extremamente preocupante de terapia que é impregnada em crenças de New Age, Nova Era, baseada no conceito que as pessoas se tornam enredadas no destino dos seus antepassados através de “conexões inconscientes”.

Estas conexões inconscientes não têm a ver com memória reprimida ou características genéticas, mas são pensadas como campos psíquicos de energia que contêm memórias e assim influenciam as pessoas de forma que as conectam com outros, com locais e até animais do passado. É tudo muito bizarro e totalmente infundado pela ciência.

O Movimento da Nova Era já fez muito para corromper da moralidade, no sentido cristão, por criar suas regras, incompatíveis com a cristandade católica.

No início é difícil para pessoas comuns, ou até profissionais, reconhecerem a agenda oculta deste Movimento, porque é apresentado tão suave e tão humanamente e com tanta preocupação pelo meio ambiente que apela para senso comum de participar de uma preocupação comum.

Mas em todos seus planos, como listado para a ordem da Nova Era, não há lugar devido para Deus. É tudo humanístico e ecológico. Deus para eles não está aqui na Terra onde todos serão satisfeitos e vivem sempre em paz.

Por outro lado, tal visão idealística não pode ser realizada porque as pessoas não são criadas para viver para sempre neste planeta, mas para estar com Deus para sempre no Reino Dele. É o motivo de a Igreja chamar a permanência humana aqui na Terra de peregrinação para cidade celestial.

O inventor desta teoria, Bert Hellinger, um ex-padre que se tornou psicoterapeuta. Autor de mais de 30 livros, eles é mais conhecido por esta técnica de terapia que é popular pela Europa toda.

Uma sessão de terapia típica de constelação familiar envolve participantes em grupos de 10 a 30, liderados por um facilitador, que sentam em círculo.

Um participante, referido como cliente, é escolhido para trabalhar em alguma questão enquanto outros participam por servir como “representantes” da família do cliente ou por assistir de perto.

O cliente traz à mente a questão que ele deseja resolver, geralmente algum evento traumático do passado que é considerado a ter “ressonância sistêmica” como morte prematura, aborto, assassinato, suicídio, e mais.

O facilitador então pede ao cliente para selecionar os membros do círculo para servirem como membros representativos de sua família.

O cliente fica atrás de cada membro e, após colocar suas mãos sobre os ombros deles, os move para locais representando as relações da família.

Uma vez que são posicionados, o cliente, e o resto do grupo, se senta e observa. Não há conversa ou representação de papéis, apenas silêncio. Durante este momento, acredita-se que os membros do círculo estejam “sintonizando” a ressonância do campo da energia da família ou “alma da família” do cliente.

Os participantes então descrevem o que estão sentindo, que supostamente revela o que alguém na família real do cliente pode estar expressando inconscientemente que descende de uma geração anterior.

É pensado que o membro da família vivo possa estar repetindo o destino, ou compensando, pelo que aconteceu no passado. Facilitadores então buscam algum tipo de resolução de cura.

A partir de 2021, vários estudos foram conduzidos sobre eficácia desta terapia, e a conclusão é que “a quantidade e qualidade geral da evidência é baixa”.

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Católico Pode Fazer Constelação Familiar?

É também importante notar que Hellinger subscreveu muitas ideias perturbadoras e controversas. Por exemplo, ele acreditava que os perpetradores de incesto não devem ser punidos, porque isso é comumente causado por uma esposa que se afasta sexualmente do marido, causando uma filha intervir, mesmo embora ela possa não estar consciente do motivo que está fazendo isso.

Ele também acreditava que as vítimas de câncer de mama podem ter um desejo de morte por causa da “guerra inconsciente com a mãe dela” da mulher.

Ele acredita que a homossexualidade resultava quando um garoto sentia que ele tinha que assumir os sentimentos de uma irmã morta quando não havia outras irmãs na família para fazer isso.

Talvez o mais controverso tenha sido o poema dele dedicado para Adolf Hitler em que ele pede aos leitores para identificar algo de si no Hitler, então aprendam a respeitar esta parte de si.

Que as ideias dele bizarras causaram dor e sofrimento em alguns clientes é atestado por este testemunho de um cético da África do Sul que escreve, “Eu estou constrangido a dizer que eu estive em um workshop de constelação familiar. Custou alguns milhares de rand… por um workshop de um dia. Não apenas foi inútil, também prejudicou porque apontou muitas coisas negativas sobre minha família que não tinham base na realidade, e eu acreditei nelas na época. O que não quer dizer que não há validade em entender como a estrutura da família e história podem influenciar as pessoas, mas os workshops são além disso, com base em um conjunto de chamadas “leis universais””.

Quais São os Perigos da Constelação Familiar?

As constelações familiares têm sido criticadas por não ter base em evidência. Em uma palestra na Noruega em 2007, Hellinger é relatado a ter admitido que sua obra é completamente baseada em observação.

Ele disse, “Tudo isso é baseado na observação. Eu não tenho teoria sobre isso. Eu tenho visto milhares de constelações familiares, e eu troquei minhas observações e descobertas com tantos dos meus colegas que também fazem constelações. Nós descobrimos algumas leis básicas operando nas famílias. Mas você não pode usá-las como teoria. Elas apontam em uma direção, mas cada constelação familiar é diferente”.

Porque o trabalho de constelações familiares não demanda ter uma formação em medicina ou psicologia, a psicóloga clínica Natalie Kerr expressou preocupação que, se feito incorretamente, o trabalho poderia causar mais dano do que bem.

Foto de Oleg Moroz na Unsplash

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